“Este projeto demonstra bem o que pretende ser o PRR.

Um projeto transformador do nosso país, que não se limite a fazer mais do mesmo, mas, pelo contrário, permita transformar regiões, setores de economia e o potencial de crescimento do nosso país”, afirmou António Costa, na cerimónia de lançamento do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão, e assinatura do respetivo contrato de financiamento.Na sua intervenção, no Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, no Crato, com dois ministros e três secretários de Estado na plateia, o chefe do Governo destacou que este “foi o primeiro acordo de financiamento” assinado entre a estrutura de missão Recuperar Portugal e uma comunidade intermunicipal.O contrato de financiamento do empreendimento envolve um investimento global de 171 milhões de euros, dos quais 120 milhões foram inscritos pelo Governo no PRR, cabendo a sua execução à Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA).António Costa vincou que este procedimento é também a demonstração de que o PRR não é um plano “desenhado em Lisboa” para ser executado pela Administração Central, mas que “os beneficiários serão mesmo as populações e o conjunto desta região”.“O PRR é uma peça de um ‘puzzle’ integral sobre a visão que temos sobre todas as regiões que designamos de interior e que eu prefiro designar de centralidade peninsular”, completou o chefe do Governo.Dirigindo-se a “quem olha para o PRR com o ceticismo fatalista”, por considerar que o país vai “desperdiçar a oportunidade”, António Costa deu como exemplo este projeto para contrariar essa ideia, assinalando que a barragem do Pisão “terá um grande impacto transformador na economia da região” e vai permitir ao Alto Alentejo “desenvolver novas atividades que gerem emprego e rendimento que permitam atrair e fixar as populações”.“Pode-se olhar para este projeto como um projeto tem, desde logo, o enorme potencial transformador económico desta região, mas que responde também a outras necessidades fundamentais”, disse ainda o líder do Governo, enumerando o combate às alterações climáticas, o abastecimento das populações, regadio e produção de energia elétrica, entre outras.As obras de construção da barragem vão arrancar até 2023, depois de concluídos os estudos e projetos detalhados, obtida a Declaração de Impacte Ambiental e lançado o concurso público, para o que o empreendimento possa entrar em pleno funcionamento em 2026.O primeiro-ministro lembrou que “o relógio já está a contar” para a execução do projeto.”Por isso, não vamos esperar pelos 70 anos da ideia. Como não há tempo a perder, mãos à obra”, concluiu.