O socialista lembrou, durante o debate sobre o Estado da Nação, que “numa democracia, o estado da nação é também o estado da oposição” e Portugal tem “uma oposição negativista, sem uma visão para a recuperação”.

E recordou quando, “há uns meses, num dos momentos mais difíceis da pandemia, o porta-voz do PSD dizia ‘temos um primeiro-ministro cansado’”.

“O primeiro-ministro pode ter tido momentos de cansaço, como certamente tiveram enfermeiros e médicos, professores, cuidadores e os milhões de trabalhadores que saíram de casa todos os dias para que os portugueses pudessem continuar a alimentar-se, a ter recolha de lixo, segurança nas ruas, produção industrial essencial”, disse Porfírio Silva, que acrescentou que, “mesmo cansados, os portugueses não desistiram, não seguiram aquele mau conselho do deputado do PSD, cujas palavras ilustravam uma política – enquanto o Governo, como a maioria dos portugueses, das instituições, das famílias, enquanto essa grande parceria lutava para preservar a saúde e debelar a crise, o principal partido da oposição escolheu fazer da pandemia uma oportunidade para tentar desestabilizar a governação, talvez mesmo sonhando derrubar o Governo”.

“Levamos ano e meio de pandemia, mas o maior partido da oposição não terá levado mais do que mês e meio a desistir de uma postura responsável face ao maior embate das nossas vidas, e mostrou isso ao país atolando-se na contradição continuada e sistemática”, vincou.

O parlamentar enumerou em seguida o “caldo de contradição continuada e sistemática” do PSD: “O Orçamento, primeiro, dava tudo a todos, depois era curto; no Natal, era para atenuar as medidas, mas depois não devia ter havido Natal para ninguém; Rui Rio dizia que havia professores a mais, mas agora parece que é ao contrário; em maio, era urgente abrir as fronteiras aos britânicos, mas quando os britânicos vieram, afinal tínhamos sido vexados pelos súbditos de Sua Majestade; primeiro, o Governo não fazia reformas, depois havia reformas escondidas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência)”.

Porfírio Silva revelou mesmo que chegou a ouvir, no Parlamento, do lado da bancada do PSD, “irresponsabilidades” como “a variante britânica não determina o encerramento das escolas, a variante britânica é uma desculpa do primeiro-ministro”.

Já o “ataque à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia teve o seu momento pífio quando uma eurodeputada do PSD comparou Portugal com a Hungria de Orban, escrevendo que ‘em matéria de regime político, parece ser cada vez mais o que nos aproxima do que o que nos separa’. Orban saiu do PPE (Partido Popular Europeu), a custo, mas o estilo ficou, pelos vistos”, ironizou.

Agenda do Governo antes da pandemia preparou o país para a “extraordinária resposta”

Porfírio Silva lembrou depois que, “antes da pandemia, estávamos a crescer acima da média europeia e tínhamos excedente orçamental. Antes da pandemia, a nossa agenda progressista já estava em marcha”, salientando que não foi durante a pandemia que o PS descobriu a aposta no digital, aplicado à saúde ou à educação.

“O combate às desigualdades e à pobreza, a aposta na habitação, no emprego digno, nos serviços públicos, numa transição climática justa, na mobilidade sustentável, na coesão territorial, na descentralização – não esperámos pela pandemia para avançar em nenhum destes domínios e a nossa agenda anterior à pandemia preparou o país para a extraordinária resposta que os portugueses deram a este desafio”, congratulou-se o vice-presidente da bancada do PS.

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