“Felizmente, graças ao sucesso do processo de vacinação, nós estamos a poucos dias, a poucas semanas, de poder considerar esta pandemia não ultrapassada, mas controlada.

E é por isso o momento em que vamos poder começar a recuperar maior liberdade – o que exige também maior responsabilidade de cada um de nós – mas é também um momento em que, mais do que nunca, temos que nos unir para reconstruir aquilo que perdemos”, afirmou António Costa.

Falando num comício de apoio ao candidato do PS à presidência da Câmara, Horácio Barra, do qual recebeu a oferta de um tradicional galo de Barcelos, simbolizando as “esperanças”, “certezas” e “angústias” do município, o líder socialista fez um balanço do último ano e meio de pandemia, com “momentos muito difíceis e desafiantes”, ao nível das dificuldades sentidas do ponto de vista social, na economia e no emprego, mas também com um notável sentido de “comunidade e de solidariedade”.

“Foi em sociedade que nós enfrentámos esta pandemia. E é esse sentido de comunidade, esse sentido de solidariedade, com que nós temos que olhar para a fase que se segue”, indicou, reiterando que o país deve aproveitar as oportunidades que lhe vão ser proporcionadas, nomeadamente através do PRR, para ir “mais além” no seu desenvolvimento económico e na criação de mais e melhor emprego.

“E é precisamente para podermos prosseguir esse caminho que nós não nos podemos desviar do caminho certo. Foi esse caminho certo que nos trouxe até aqui e é esse caminho certo que nos vai levar em frente para podermos garantir um futuro de prosperidade, segurança, confiança, para todos e todas os portugueses e portuguesas”, afirmou.

Recordando, depois, que o resultado destas eleições autárquicas não será indiferente à forma como cada município poderá estar capacitado para este desafio do país, António Costa reforçou um apelo de confiança, testemunhado no apoio ao candidato socialista Horácio Barra: “Para seguirmos este caminho certo, nós temos, no próximo dia 26, que votar no PS”.

“Nós somos gente de enfrentar e ganhar” com “energia e determinação”

Neste dia de campanha dedicado a um périplo por vários concelhos do distrito de Braga, o desígnio da recuperação e do futuro do país pautou também a presença de António Costa em Famalicão, onde participou numa ação de apoio ao candidato socialista à conquista da câmara local, Eduardo Oliveira, não deixando de vincar uma crítica corrosiva ao papel desempenhado por PSD e CDS durante a “batalha muito difícil” que o Governo do PS travou em Bruxelas na defesa de investimentos estruturantes para território nacional.

“O PSD e o CDS andaram a convencer a Europa de que Portugal tinha estradas a mais, que tinha autoestradas por todos os sítios e esqueceram-se foi de explicar que, entre o sítio onde as pessoas vivem, entre o sítio onde as fábricas estão e as autoestradas, há um percurso que é necessário percorrer”, disse.

Lembrando que, quando iniciou o seu primeiro mandato governativo, “tinha os pés e as mãos atadas”, porque o programa herdado do Portugal 2020 “não permitia qualquer investimento na rodovia”, António Costa salientou que, quando começou a discutir com a Comissão Europeia o Plano de Recuperação e Resiliência, travou uma “batalha muito dura” para “desconvencer a Comissão Europeia daquilo que o PSD e o CDS lhes tinham andado a convencer, e fazê-los perceber que, para podermos aproveitar plenamente a rede rodoviária fundamental que o país tem, era necessário agora dotar as áreas de localização empresarial e completar aquelas últimas distâncias entre as autoestradas e as zonas industriais para podermos melhor servir a economia portuguesa”.

Dando o exemplo do recentemente aprovado investimento numa variante da Estrada Nacional 14, que passa em Vila Nova de Famalicão, António Costa afirmou que foi devido ao esforço junto de Bruxelas que conseguiu assegurar que o PRR irá fornecer as verbas para “fazer o que faltava fazer, que era a intervenção total da Nacional 14”.

António Costa afirmou que é por isso que o PSD e o CDS “não gostam do PRR” e que não gostam que o PS “diga a verdade”, sublinhando que é também por isso “que nós estamos aqui para podermos dizer aos cidadãos: nós vivemos momentos muito difíceis e foi com muita determinação que dissemos que íamos virar a página da austeridade”.

O líder do PS e primeiro-ministro lembrou, também, que PSD e CDS pediram à UE “que aplicasse sanções a Portugal”, quando o Governo português garantia que ia conseguir devolver as pensões e os salários cortados, e iria ter um excedente orçamental, o que comprovou ser capaz de fazer. Ou ainda, que os mesmos partidos da direita diziam que Portugal não seria capaz de comprar as vacinas necessárias para combater a pandemia de Covid-19 e que depois não seria capaz de as administrar. “E hoje sabemos que Portugal está em primeiro lugar na execução do plano de vacinação a nível mundial”, sublinhou.

Para António Costa, há uma coisa que os portugueses “podem ter por certa” e que está sempre presente no caminho que Portugal tem seguido, ao longo destes últimos seis anos. “É que quem sabe o que tem para fazer, mais tarde ou mais cedo o vai fazer. Com determinação, energia e coragem, porque nós não somos gente de desistir, nós somos gente de enfrentar e ganhar”, concluiu.