Duarte Pacheco acusou esta sexta-feira o PS, Bloco de Esquerda e PCP de permitirem a passagem direta de membros do Governo para cargos de topo do Banco de Portugal (BdP).

“Neste caso há aqui um bloco de todas as esquerdas para permitir e continuar a permitir que membros do Governo passem diretamente para a governação do Banco de Portugal”. Apesar do “debate aceso” de há poucos meses, “quando chegou o momento da verdade, naturalmente o PS defendeu a sua dama e, mais uma vez, não com uma mas com duas bengalas, do BE e do PCP”, disse o deputado social-democrata, em plenário.Em causa estava a avocação da proposta do PSD para impor um “período de nojo” entre certos cargos governativos e a administração do BdP, que aqueles partidos chumbaram.Os social-democratas defendem que deve ficar impedido de ocupar o cargo de governador do BdP quem, “nos dois anos anteriores à designação” (ou um ano, no caso dos demais membros do Conselho de Administração), tiver ocupado cargos de primeiro-ministro, membro do Governo responsável pela área das Finanças ou de secretário de Estado em áreas conexas com as Finanças.” O que foi aprovado esta sexta-feira pela maioria de esquerda, porém, permite que os governantes continuem a passar diretamente do Governo para os mais altos cargos do banco central. Apenas fica obrigado a um “período de nojo” de três anos quem tenha exercido funções no setor financeiro.“Achamos que é um tratamento que está a proteger detentores de cargos políticos face a outras pessoas”, já tinha assinalado antes Duarte Pacheco, para quem o cargo de governador do BdP “tem essa dupla independência, de quem é regulado, mas também do poder político e vimos isso no debate recente com a indicação do dr. Mário Centeno”, recordou.

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